PEREIRA DA VIOLA LANÇA NOVO DISCO NESTA QUARTA-FEIRA

"Novos Caminhos" é o sétimo trabalho de inéditas do artista do Vale do Mucuri que viveu em Nanuque e Serra dos Aimorés no início da carreira, antes de ir morar em BH


"É uma viagem reflexiva para dentro de mim mesmo. Um disco introspectivo, que dialoga com o silêncio e com a afetividade”. Assim Pereira da Viola define seu sétimo registro de inéditas, intitulado “Novos Caminhos”. Gravado no formato voz e viola, o álbum intimista marca uma nova etapa da carreira do artista mineiro e será lançado nesta quarta-feira (21), num show que acontece no Grande Teatro do Sesc Palladium, em Belo Horizonte.

“Novos Caminhos” traz 13 faixas, sendo nove temas autorais, assinados por Pereira em parceria com o poeta João Evangelista Rodrigues. “Nesse disco, eu passeio por vários temas, como o amor, a utopia e as questões ambientais, que são pautas recorrentes no meu trabalho e na minha vida cotidiana. Sempre tive uma visão crítica com relação ao desmatamento, à hegemonia do eucalipto e da soja, à mineração”, afirma. “Nesse momento em que o ser humano anda tão agressivo, proponho o amor e o afeto com uma música que acalma e pacifica”, completa.

Os temas do novo trabalho exprimem ainda uma espiritualidade forte e o compromisso com a emancipação das mulheres e dos homens. A religiosidade está presente em “Lenda Hindu” e “Mãe do Céu Morena” (Padre Zezinho) – música de inspiração católica, que é uma das três canções assinadas por outros autores, ao lado de “Sabiá” (Cyelne Peluso e Olívio Araújo) e “Bela Pessoa” (Nilson Chaves). 

Para o artista mineiro, que já soma 20 anos de carreira, o disco explora as diferentes possibilidades da viola. “É um álbum muito contemporâneo, já que essa sonoridade voz e viola não é muito comum. Mantenho a singeleza da viola, no sentido de fazer acordes simples, com maestria, mas exploro uma nova linguagem do instrumento”, afirma Pereira, artista nascido em São Julião, distrito de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.

Na década de 1980, Pereira morou em Serra dos Aimorés e constantemente se apresentava em Nanuque, participando de festivais na região.

O músico defende que a viola vive, atualmente, um momento de ascensão. “A viola tem um som sutil, misterioso. Tem uma singeleza e uma simplicidade marcantes. O sofisticado, na viola, é conseguir fazer o mais simples”, pontua. “Esse trabalho traduz uma linguagem extremamente contemporânea da viola, com uma amplitude filosófica maior, que foge do uso do instrumento na cultura popular. A viola ampliou laços. Hoje tem violeiro fazendo música erudita, música barroca, música flamenca”, afirma. 

Sobre o show, o artista conta que o disco será executado praticamente na íntegra, junto a músicas de outros trabalhos. A apresentação tem participações do irmão de Pereira, Dito Rodrigues (voz e violão), e de Bartira Sene (voz e piano) e Thaila Rodrigues (voz), respectivamente sua filha e sobrinha. “É nepotismo total, mas um nepotismo do bem”, diverte-se. (Texto de Lucas Buzatti, jornal Hoje em Dia)

O Sesc Palladium fica na Rua Rio de Janeiro, 1.046 – Centro. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).


NOSSA HISTÓRIA MUSICAL



PEREIRA DA VIOLA, 30 ANOS ATRÁS




Hoje, Pereira da Viola é um talento reconhecido em todo o País e até fora daqui. Virou ícone da viola caipira, músico talentoso, cantor e compositor excepcional, sempre com agenda cheia de shows e CDs cultuados por quem tem bom gosto. Porém, 30 anos atrás, Pereira incrementava seus primeiros acordes e canções, era conhecido apenas aqui no circuito do baixo Mucuri, morador da vizinha Serra dos Aimorés, a 15 km de Nanuque.


A foto aí é do arquivo NEXUS-OBJETIVO, de 1987, durante inauguração da Casa de Cultura de Serra. Na época, o então prefeito Célio Pinto, em seu primeiro mandato (ele governaria por mais 3 vezes a cidade), recebeu dezenas de convidados (deputados, senador, empresários, prefeitos e vereadores de cidades vizinhas). Lembro muito bem daquele momento de festa e conquistas.

O ponto alto da apresentação de Pereira foi quando ele cantou a música “Estrada de Ferro Bahia-Minas”, de Eros Januzzi.

A respeito da música, uma curiosidade: na interpretação do seu autor, "Estrada de Ferro Bahia-Minas" foi a vencedora do 1º Festival da Canção Nanuquense (Fescan), em 1984. Na letra, memórias da ferrovia que atravessava a região e foi desativada na década de 60. 

A música que venceu em Nanuque concorreu, em Belo Horizonte, no Melhor dos Festivais de Minas e emplacou o terceiro lugar. Prova do alto nível do festival de Nanuque, mais de 30 anos atrás.


Texto publicado no Facebook por Ademir Rodrigues de Oliveira Junior em 4/12/2016


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