ALMA E SANGUE DE NANUQUE NA SONORIDADE DO VIOLINO TOCADO POR UM JOVEM ESTUDIOSO DA MÚSICA

  

Filho e neto de nanuquenses, João Vitor conquista admiradores de diferentes gêneros musicais em Belo Horizonte

 

João Vitor: violinista


Ele não nasceu em Nanuque, mas o seu pai e o seu avô sim, e tiveram uma relação direta com esta cidade por décadas. João Vitor Romano Maia, que completa 23 anos no dia 30 de setembro, tem sua imagem e talento projetados no círculo dos admiradores da música instrumental, do clássico ao jazz, com piruetas em outros gêneros como o rock’n’roll, choro, samba e até o forró de raiz, nos eventos realizados em Belo Horizonte e cidades da Região Metropolitana.

 

João Vitor é filho do casal Regina Coeli-Richard Romano – ela é natural de Montes Claros, norte de MG, e ele é nanuquense, filho de Maria Gomes Ferreira, servidora da Secretaria Estadual de Educação, já aposentada, e do saudoso farmacêutico Tito Romano, primo do ex-prefeito Geraldo Romano. Nasceu em BH, tem três irmãos:  Pedro, Gabriel e Samuel.


Os pais Richard e Regina


A avó Maria, moradora de Nanuque


 INÍCIO AOS 11 ANOS

 

João Vitor começou os estudos em música na primeira turma do projeto Orquestra de Câmara do SESC-MG, na capital mineira, quando tinha apenas 11 anos de idade. A música se fazia presente em casa, por influência do seu pai, um apaixonado por música e colecionador de discos.

 

“Quando surgiu a oportunidade de aprender música gratuitamente, não pensei duas vezes e me matriculei para aprender violino”, recorda-se.

 

E completa: “Inicialmente, imaginava aprender um instrumento como guitarra ou baixo elétrico, muito pela influência do rock‘n’roll, mas a música de concerto surgiu como oportunidade e me trouxe para um novo universo, e assim fui ampliando meu gosto musical para outros horizontes, que além da música clássica se expandiram para a música instrumental em geral.”

 

Com o professor Eliseu Barros

Dessa forma, com a influência de música popular em casa, e formação em música clássica, João foi se aproximando de gêneros como choro e jazz, que tem natureza instrumental e popular, e exigem um estudo sistemático como o da música clássica

 

“Assim, fui percebendo que gostava sobretudo de desenvolver a criatividade na música, e foi se tornando um desafio, já que na formação de um violinista tradicionalmente não se estimula o lado da improvisação.”

 

Com a banda de forró Os Disponíveis

“Quando concluí a minha formação no SESC, fui fazer aula com o maestro do projeto, Eliseu Barros, que, além de ser um grande músico que integrou importantes orquestras como a Filarmônica de Minas Gerais, vem de uma família de músicos que têm histórico de ter atuado em serestas e na noite do interior do estado. Ele me ajudou muito no desenvolvimento musical na época e, paralelamente, com os estudos de violino, entrei para uma banda de forró com 17 anos, chamada Os Disponíveis. Meses depois, integrei um grupo que produzia música autoral com inspiração em cultura popular, chamado Boi Luzeiro. Ambos foram essenciais para minha introdução ao universo da música popular”, relata.


Apresentação no Prêmio Jovem Instrumentista BDMG
 

PRÊMIO JOVEM INSTRUMENTISTA BDMG

 

Com 18 anos, foi um dos dez vencedores do prêmio Jovem Instrumentista BDMG, programa que é voltado para a música popular brasileira, com intuito de fomentar e contribuir para a formação de jovens instrumentistas, que passam a trocar experiências com músicos já consagrados, o que permite a ampliação das possibilidades de aprendizagem e interlocução artística entre gerações.

 

Na Academia Jovem Orquestra Ouro Preto

Entre 2019 e 2022, João Vitor foi bolsista da Academia Jovem Orquestra Ouro Preto, orquestra de formação da Orquestra Ouro Preto, um das mais importantes do estado e país. Atualmente, cursa bacharelado em violino na UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais).

 

“Hoje em dia, escuto muito a música brasileira e pesquiso violinistas que têm atuação voltada a performances nesse universo. No violino popular brasileiro, sou influenciado por Ricardo Herz, Nicolas Krassik, Wanessa Dourado, Antônio Nóbrega, dentre talentosos instrumentistas.”

 

Ricardo Herz é paulista e considerado o músico que “reinventou o violino brasileiro”. Sua técnica leva ao instrumento o resfolego da sanfona, o ronco da rabeca e as belas melodias do choro tradicional e moderno.

 

Nicolas Krassik é um violinista francês radicado no Brasil desde 2002. Já tocou com grandes artistas como Gilberto Gil e Yamandu Costa, e tem sete CDs lançados.

 

Wanessa Dourado é professora de violino em São Paulo. Musicista profissional, violinista atuante desde 2007, já trabalhou com a Orquestra Sinfônica de Santo André-SP, Orquestra Experimental de Repertório, Orquestra de Câmara da USP e Camerata Fukuda.

 

E, finalmente, Antonio Carlos Nóbrega, pernambucano, hoje com 71 anos, é ator, dançarino, violinista, cantor e pesquisador das manifestações culturais populares do Brasil.

 

Com o grupo Boi Luzeiro no programa do consagrado violeiro Chico Lobo

Atualmente, nos finais de semana, João Vitor é sempre convidado para apresentações musicais, eventos culturais, casamentos e outros, enquanto vai aperfeiçoando os estudos em música.

 

O prof. Ademir Jr., editor deste blog, pretende entrar em contato com a Secretaria Municipal de Cultura para uma possível apresentação do artista em Nanuque.

 

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