ROBSON RUAS SELOU MARCA DE NANUQUE NA MÚSICA DURANTE OS FESTIVAIS DA DÉCADA DE 1980

Cantor, compositor e escritor morou na cidade durante adolescência e juventude

Robson Ruas, durante apresentação na década de 1980

Entre as décadas de 1980 e início dos anos 90, o século XX presenteou Nanuque e as regiões Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha, e toda Minas Gerais por inteiro, com o melhor momento dos festivais. Um dos artistas que deixaram marcas foi Robson Ruas, cantor, compositor, escritor e ativista cultural.

Nascido em Pedra Azul (Vale do Jequitinhonha), ainda na adolescência – anos 70 - veio morar em Nanuque, quando arriscou os primeiros acordes. No início dos anos 80, começou sua trajetória de compositor, participando de festivais da canção em cidades de Minas, Bahia e Espírito Santo. Fez também várias apresentações em casas noturnas, que serviram como grande escola para o amadurecimento de seu trabalho.

Em 1986, participou de uma das edições do Festival da Canção Nanuquense (Fescan), quando emplacou o 2º lugar com a canção “Matinada”. Depois, destacou-se em muitos festivais com “Afins Gerais”, seu maior sucesso.

"Robson Ruas vivenciou uma época bastante criativa da música que era produzida em Minas Gerais. Enquanto na capital e Região Metropolitana brotava e corria a vertente do estilo que passou a ser conhecido como 'Clube da Esquina', com influências de Beatles, Bob Dylan, Tropicália, Bossa Nova, jazz e rock'n'roll,  nas cidades dos vales Mucuri e Jequitinhonha todos esses elementos musicais foram retemperados com o sentimento de raiz, com a expressão mais terral sugada de violas e violões e improvisados instrumentos de percussão. Robson deixou seu estilo gravado", comentou o professor e diletante musical Ademir Jr., editor de vários sites e blogs de notícias, arte e cultura.

O crítico musical Clayton Fernando escreveu sobre Robson: "... Influenciado pelos contadores (cantadores) de causos & cantigas, que tão bem representam, de forma simples e objetiva, a cultura popular, Robson Ruas faz chegar, a quem o ouve, todo o seu talento e singularidade. Com rara sensibilidade ele canta a alma do povo brasileiro e do Vale do Jequitinhonha vem a sua inspiração!"

“Afins Gerais” chegou a ser gravada pelo grupo latino América 4, criado com objetivo de  pesquisa e divulgar a diversidades de ritmos e canções da América Latina, formado por artistas de diferentes países do continente.

O autor orgulha-se de ter a letra da canção inserida no currículo escolar do ensino médio na rede pública de ensino do Espírito Santo, em aulas de português, redação e interpretação de texto, pela riqueza poética.

Atualmente, mora em Belo Horizonte e continua compondo, cantando e tocando. Suas influências remetem ao folk rock que predominou no cenário musical dos anos 60 e 70, mesclando elementos da música regional brasileira.

Afins Gerais

Robson Ruas

Acorde, Minas

Acorde, Minas

Gerais são os seus cantos

Gerais são os seus campos

e os seus encantos para só cantar,

Minas Gerais...

Em Minas tem pedras preciosas

tem pedras amarelas e tem Pedra Azul

no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri

no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri

mas, que belo, né? que belo

que belo horizonte, que belo horizonte

das Minas...

(das minas de Minas, das Minas uai...)

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