Professor incorpora elementos do samba, funk e black
music às fanfarras das escolas
Durante várias décadas, praticamente a única sequência de
sons que invadia nossos ouvidos durante eventos cívicos, com desfiles e fanfarras,
era o conhecido rataplã ou rataplão dos tambores, alguma coisa mais ou menos
assim: “tan tan tanran, tanranran...” Coube ao professor Frávio (assim mesmo: com R) Damião, aos
poucos, alterar esses timbres e cadências.
Um novo conceito percussivo, misturando elementos de
vários gêneros musicais, como funk, black music e, é claro, o nosso samba, além
da batida tradicional de marchas militares, trouxe inovação e o fim da mesmice.
Frávio, aos 51 anos, professor da rede municipal há 22, já soma 15 anos no comando da fanfarra
da Escola Américo Machado, que serve de suporte a várias escolas durante
eventos solenes.
SEMPRE CRESCENDO
Ele começou em 2004 e conta que, assim que assumiu, já injetou alterações nos ritmos e estilos. “Para marcar essas mudanças, mudamos de nomes várias vezes: Marombeiros,
Cabeças Pintadas, Famam, Fama... Hoje somos Fanfarra Américo Machado. E
crescemos. Éramos 18, inicialmente, e passamos a 23, 34, 40... e continuamos crescendo,
inclusive com doações de moradores das imediações da escola, que, ao nos ver
passar, se sensibilizavam com os nossos esforços.”
No decorrer desses anos, foram muitos treinamentos. Frávio
explica: “Temos encontros sempre aos sábados, na Escola Municipal Américo
Machado, e, mesmo em tempos modernos, balançamos corações de uma maneira
diferenciada. Hoje, com a graça de Deus, somos 67 instrumentistas, embora
alguns instrumentos estejam bem gastos, mas ainda insistimos em crescer. O meu
desejo é chegar a 100 [risos].”
DOS 5 AOS 22 ANOS
Crianças, adolescentes e outros que já são adultos
convivem harmoniosamente. “Vi alunos crescerem juntos comigo, alguns entraram
tecnicamente juntos comigo e ainda estão lá, a idade por lá não importa, varia
de 5 aos 22 anos. Acredite, tenho um aluno de 5 anos, e assim vamos
contribuindo com a cultura desta cidade de uma maneira diferenciada,
irreverente. Procuramos mudar e inovar a cada ano, às copiados, imitados... Isso
significa que o que fazemos vale a pena!”
Finalizando, Frávio ressalta que o grupo está aberto a
doações e incentivos da comunidade.
Para ele e seus alunos, a música, em todas as suas dimensões
rítmicas, é o que importa. A disposição é continuar levando para as ruas, para
as praças públicas, muita alegria, sentimento e a determinação de inovar sempre.
“A educação é o caminho mais curto para a construção de um planeta saudável”,
afirma.
Sobre Nanuque, um pouco de poesia: “Nossa cidade não tem
encantos mil, mas tem mil cantos cheios de contos.”
Lindo trabalho professor. E me orgulho em ser meu tio. Depois de muitas batalhas vem o resultado lindo.....
ResponderExcluir👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾 fantástico. Parabéns tio.
ResponderExcluir❤✌ eu mesmo tô aí com a minha Fml qui amo 😘
ResponderExcluirJá foi meu professor no Stella Matutina, e naquela altura já era perceptível a sensibilidade em lidar com as pessoas. Um grande ser humano, parabéns.
ResponderExcluir