NANUQUENSE GANHA PRÊMIO NACIONAL DE INICIAÇÃO TECNOLÓGICA - CNPq - SBPC

Estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Raíra Salomea Nascimento ganhou o prêmio de iniciação tecnológica em Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes

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"Perguntem o que as meninas estão estudando, e não quando vão se casar."

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) realizou no mês passado a solenidade de entrega do 15º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica. A cerimônia foi realizada durante a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió/AL.

Premiação em Maceió/AL

Para o presidente do CNPq, Mário Neto Borges, as premiações estimulam nos jovens a paixão pela pesquisa, além de mostrar que é possível se dedicar às carreiras científicas no Brasil. No mesmo dia, foram anunciados os ganhadores do 7º Prêmio de Fotografia - Ciência e Arte.

Um dos destaques do evento foi a nanuquense Raíra Salomea Nascimento, premiada em iniciação tecnológica na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. Raíra é estudante de Comunicação Social na Universidade Federal de Viçosa (UFV).

"Tenho um carinho especial por jovens cientistas, porque eles se dedicam a estudar ciência. Esses prêmios servem para motivar a juventude. São eles que vão mudar o Brasil, transformar nosso país em uma grande nação na economia, na sociedade, na ciência e na cultura. E serve também para mostrar para esses jovens que é possível, sim, seguir uma carreira científica no Brasil", afirmou o presidente do CNPq.

O PRÊMIO

O 15º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica foi concedido em seis categorias a bolsistas que desenvolveram projetos de excelência em suas universidades.

Outros premiados

O ganhador em iniciação científica em Ciências Exatas, da Terra e Engenharias foi o estudante de engenharia da computação Iago Coelho Storch, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A farmacêutica Jennifer Thayanne Cavalcante de Araújo, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), venceu em Ciências da Vida. Já a estudante de administração Camila Maria de Oliveira, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), levou a premiação em Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes.

Na categoria iniciação tecnológica em Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, venceu a estudante de engenharia de produção Isabela Maria Monteiro Vieira, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em iniciação tecnológica em Ciências da Vida, a ganhadora foi a acadêmica de fisioterapia Ana Jéssica dos Santos Sousa, da Universidade Federal do Ceará (UFCE).

A Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) levou o prêmio na categoria mérito institucional.

RAÍRA

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Raíra tem 25 anos e, antes de estudar Comunicação Social em Viçosa/MG, chegou a concluir o curso de Administração pela Unec-Fanan. Foi auxiliar de redação no JORNAL E REVISTA OBJETIVO/NEXUS ASSESSORIA, além de ter trabalhado na Secretaria de Educação de Serra dos Aimorés/MG.

Ela foi premiada na categoria Pesquisa de Iniciação Tecnológica (PIBIT) na área de Humanas Sociais Letras e Artes com o projeto "Modelo Slow City como Tecnologia Social para a gestão municipal: O caso de Rio Doce – MG", desenvolvido no Departamento de Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa sob a orientação dos professores Magnus Luiz Emmendoerfer e do mestrando Brendow de Oliveira Fraga.

CONCORREU COM 104 INSCRITOS - Raíra concorreu com 104 inscritos de todo o país, de diferentes universidades. O objetivo da premiação é reconhecer os bolsistas de iniciação científica e tecnológica cujos relatórios finais se sobressaíam em aspectos como relevância, qualidade, originalidade, inovação e aplicação prática para a solução de problemas concretos.

Entrevistada por Ademir Jr., editor de NEXUS-OBJETIVO, Raíra comentou: “Eu desenvolvi a pesquisa entre agosto de 2016 e julho de 2017 no grupo de pesquisa Gestão e Desenvolvimento de Territórios Criativos (GDTeC) da Adm/UFV. Uma das coisas que acho mais interessantes e que envolve Nanuque é que eu sou estudante de Comunicação Social Jornalismo na UFV, mas atuei neste projeto da Administração por causa da minha graduação em Administração na Fanan, então você e todos os meus outros professores da Fanan fazem parte disso”.

COM RAÍRA, PELA PRIMEIRA VEZ A UFV É PREMIADA

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Explicou: “Antes de ir pra essa seleção nacional, a gente passa por duas seleções na UFV. A seleção pra ser o bolsista Pibit do projeto, onde, com certeza, foi fundamental a graduação em Administração, e a seleção entre todos os projetos Pibit das Ciências Humanas apresentados na UFV. A UFV selecionou o meu projeto como o melhor dessa área para representá-la nesse concurso nacional. Cada universidade manda seis trabalhos pro nacional, e lá eles escolhem os seis melhores do país. Todos os anos a universidade participa dessa seleção. mas é a primeira vez que a UFV ganha. Entre os premiados deste ano, só haviam duas universidades de Minas Gerais, a UFV e a UFU, que é a federal de Uberlândia. As demais eram UFC, do Ceará, UFS, de Sergipe, UNIFAP, do Amapá e UFPel, de Pelotas, no Rio Grande do Sul”.

DESTAQUE

Como premiação, Raíra recebeu uma quantia em dinheiro, uma bolsa de mestrado ou doutorado em qualquer universidade do país e a passagem aérea e hospedagem para participar da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu em Maceió. “Eu saí de Nanuque e fui pra lá. Nós recebemos os prêmios nesse evento, apresentamos nossos trabalhos, respondemos perguntas, demos entrevistas e fomos convidados a ser avaliadores e palestrantes de um dos maiores eventos de pesquisa do Mato Grosso do Sul, o Integra UFMS”.

O evento em Maceió reuniu os maiores cientistas brasileiros e as mais importantes pesquisas que estão sendo realizadas de norte a sul do Brasil.

“Foi realmente incrível estar lá. De um lado, pesquisadores do meio da Amazônia; do outro, pesquisadores das ondas gravitacionais de um instituto em São Paulo, pesquisadores da Marinha. A minha pesquisa nasceu de estudos de um movimento de desenvolvimento sustentável nascido na Europa, mas que se espalhou pelo mundo inteiro, chamado Slow City, sendo aplicado numa cidade mineira atingida pela barragem de Mariana, Rio Doce. A cidade é uma das nascentes do Rio Doce. Eu analisei como as práticas tecnológicas populares, conhecidas como Tecnologias Sociais, auxiliam a cidade a se tornar uma Slow City e a superar uma serie de desafios após o maior desastre ambiental do país. Eu viajei semanalmente para aquela cidade por seis meses, ela fica a  72 km de Viçosa."

RECADO AOS NANUQUENSES

"Nós temos que acreditar mais nos nanuquenses, nas escolas e nas faculdades locais. Nós também conseguimos nos destacar. Precisamos valorizar mais a educação em Nanuque, especialmente para as meninas. Nós, mulheres, somos maioria na produção científica do país. Perguntem o que as meninas estão estudando, e não quando vão se casar. Incentivem as meninas a estudar."

Raíra vai concluir seu curso em janeiro de 2019.