NANUQUENSE FAZ PARTE DE GRUPO DE “MOCHILEIROS” QUE VAI VIAJAR MAIS DE 4.000 KM DE CARONA E POUCO DINHEIRO
Com mochilas nas costas, nove pessoas seguem com destino
a Venezuela
O objetivo é ajudar do outro lado da fronteira do Brasil
com a Venezuela, mas um grupo de 9 mochileiros, que saiu há dez dias de Caxias
do Sul, encara mesmo uma aventura pelas estradas. Nesta semana, eles passam
pelo estado de Mato Grosso do Sul, mas o destino está a 4 mil quilômetros de
casa. No terceiro "Mochilão Jocum (Jovens com Uma Missão) Caxias do
Sul", eles saíram com pouco dinheiro e sobrevivem de doações de lanches,
almoços e muitas caronas.
Mochileiro pede carona com placa indicando destino (Foto: Marcos Ermínio) |
O grupo se divide em duplas para facilitar a ajuda na
estrada dos motoristas que seguem no rumo dos mochileiros. Segundo eles, a
ideia é chegar à Venezuela daqui a três semanas e por lá auxiliar a comunidade
que tem enfrentado efeitos duros da crise política e econômica.
Formado por pessoas de diversos estados, o time de
viajantes chegou em Campo Grande na terça passada, depois de percorrer mais de
1500 km. Na manhã de quarta, já seguia para a próxima parada: Cuiabá (MT).
Ao fundo, um caminhoneiro dando carona para uma das duplas (Foto: Marcos Ermínio) |
Na apresentação do grupo nas redes sociais, o Jocum
aparece como "uma organização missionária internacional e
interdenominacional, empenhada na mobilização de pessoas de todas as nações
para a obra missionária. Como cidadãos do Reino de Deus, somos chamados para
amar, adorar e obedecer ao Senhor Jesus Cristo, para amar e servir seu corpo, a
Igreja, e apresentar o evangelho, a todo o homem, por todo o mundo".
Uniformizados, Felipe Venturote, 26 anos e Josiane
Napoziano, 24 anos, estavam em frente ao posto de combustível Caravágio, na
BR-163, quando concederam entrevista ao site Campo Grande News. A dupla explica
que o projeto é uma organização missionária que atende quem precisa, seja na
rua ou mesmo em igrejas. “Por onde a gente passa e até mesmo para quem nos dá
carona, a gente conversa, dá um conselho, fala sobre Deus. Nisso já estamos
fazendo nosso trabalho”, explica Felipe.
Andrew explica que o projeto nasceu em Caxias do Sul há três anos (Foto: Marcos Ermínio) |
Essa é a primeira experiência dele, que saiu de Nanuque
(MG). Técnico em segurança no trabalho, ele largou o emprego fixo e hoje vive
de artesanato. Decidiu participar mesmo do mochilão para fortalecer a fé. “Eu
quero viver o que eu nunca tinha vivido e tudo isso na dependência de Deus. É
algo para trabalhar a fé”, conclui.
Josiane largou o emprego de atendente em uma confeitaria
em Bauru (SP) para ir para a Venezuela. Assim como o colega Felipe, também é a
primeira vez que ela participa e o motivo é fazer circular a solidariedade. Ser
com os outros, como as pessoas são com eles na estrada. “Quero ir onde ninguém
que ir, fazer o que ninguém quer fazer”, explica se referindo a ajudar pessoas
de outros países.
O grupo escolheu a Venezuela por causa da dificuldade que
o país está vivendo com a crise econômica e política. “A crise tomou conta do
país, está explodindo uma guerra civil, o povo está abandonado e nós queremos alcançar
e influenciar o governo de lá de alguma forma”, detalha Andrew Teixeira, um dos
organizadores dos mochilões.
Pelo que tem ouvido na televisão, Andrew diz que o país
não tem nem sequer material básico de higiene. “A situação lá está crítica, a
fronteira está fechada e nós precisamos fazer alguma coisa”, comenta.
Grupo pretende chegar no país vizinho daqui três semanas (Foto: Marcos Ermínio) |
Como o grupo não tem como transportar doações, eles
arrecadam durante o trajeto ‘ofertas’ em dinheiro . Antes de chegar na
Venezuela, eles esperam ficar pelo menos uma semana em Roraima para fazer
vários trabalhos e atividades com os refugiados venezuelanos que existem lá.
Também em Roraima é onde eles vão comprar os produtos de higiene e levar para a
população do país vizinho.
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