Comunidade de brasileiros dá adeus a Benito Romero, que
dedicou sua vida a ajudar seus conterrâneos
Mais um nanuquense que desenvolveu trabalho de amplitude
mundial só é reconhecido em sua cidade natal após o falecimento. A comunidade
brasileira que vive em Nova York (EUA) perdeu um de seus ativistas mais antigos
e atuantes na última segunda-feira (16): Benito Romero, fundador da Casa do
Brasil em New York City e dedicou grande parte da sua vida a mantê-la em
funcionamento, ajudando os brasileiros.
A Casa do Brasil é uma organização sem fins lucrativos,
dedicada a promover o bem-estar geral e o desenvolvimento socioeconômico
sustentável da comunidade brasileira neste país. A ideia de fundar a Casa
surgiu em 1965, quando começou a promover o baile de Carnaval no hotel
Woodstock, em Manhattan, e no ano de 1967, o primeiro baile de gala no Waldford
Astoria Hotel.
Nascido em Nanuque, foi muito novo para os Estados
Unidos. Em sua trajetória, Benito agraciou a comunidade brasileira com shows de
importantes artistas brasileiros, entre eles Chico Buarque, Martinho da Vila,
Elza Soares, Jair Rodrigues e Clara Nunes. Ele também é o responsável pela
primeira apresentação do rei Roberto Carlos em NY, no ano de 1973. (Com
informações do Brazilian Times).
Nunca ninguém ajudou tantos brasileiros em NY como ele
Seu amigo Hygino Schuler Vieira, muito próximo, escreveu
sobre Benito:
"Um amigo eterno
Benito Romero nunca estudou no Instituto Barão do Rio
Branco, mas é o maior embaixador que o Brasil já teve nos Estados Unidos. Não
existe brasileiro vivido em New York por muito tempo que não alimente apreço
por Benito. Também não há quem não tenha usufruído da sua generosidade, caso
tenha precisado. Nunca ninguém ajudou tantos brasileiros naquela cidade como
ele.
Convivi com Benito por quase uma década, acompanhei seus
passos andando junto, frequentei sua casa, viajamos muito para Atlantic City,
curti seus bailes de carnaval no Waldorf Astoria e torci muito pelo seu grande
sonho, que era fundar a “Casa do Brasil” em NY. Ele sonhava com isso até
dormindo. Eu retornei para o Brasil e muito tempo depois o sonho foi realizado.
A “Casa do Brasil” existe, é uma embaixada informal comandada pelo nosso maior
embaixador, à disposição dos brasileiros, como um Consulado de apoio, sem fins
lucrativos.
Tudo que Benito fazia tinha o Brasil no meio, impossível
desencarnar a pátria da sua alma. Um dia ele procurou o Prefeito de NY e o
convenceu a colocar uma estátua de José Bonifácio num dos melhores pontos de
NY, numa pracinha perto da Quinta Avenida, e ainda convenceu o Prefeito a
instituir no calendário da Big Apple o “Dia do Brasil”. É nesse dia, fundado
por Benito Romero, que os artistas brasileiros vão se apresentar em NY, e a
cobertura da Globo não tem nem o interesse jornalístico de saber quem fundou
essa data, porque ela existe.
Só o Brasil tem o seu dia nos Estados Unidos,
porque só o Brasil tem um Benito Romero. Natural de Nanuque, uma cidadezinha
mineira que faz fronteira com o sul da Bahia, Benito alia na alma o jeito mineiro
com a simpatia do baiano e a extroversão carioca. Além disso, o dom de ser a
alma mais pura que existe em New York”.
E ele fazia questão de dizer: "Nasci em Nanuque". E brincávamos com Ele: mas onde fica essa Nanuque? Na Bahia, em Minas,em between...A gente sai do Brasil, mas o Brasil não sai da gente, resume o sentimento e o trabalho de Benito Romero. Jota Alves-www.diadobrasil.com.br
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