OPINIÃO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A ETERNA PRAÇA DOS ESTUDANTES

Considerações sobre a eterna Praça dos Estudantes...


... Antes, “Jardim sem Flor”; depois, “Praça dos Estudantes”; bem depois, “Praça Professor Otto Landa”. Homenagem mais que merecida a um homem que, para trazer educação a nossos jovens, nos anos 50, viajou de navio, de trem, de ônibus e de até caminhão, mas aqui chegou com sua bagagem de conhecimento, trazida da Holanda, para participar do processo que vivenciado pelos desbravadores de Bueno.

Hoje, o que diria o professor Otto, ao ver a praça sem nenhum cuidado? Hoje, o que dizem as pessoas que por ali trafegam? O que pensam os estudantes que precariamente frequentam aquele espaço?

Entre 2001 e 2004, quando tive a honra de ser vereadora, apresentei na Câmara uma indicação para que a praça fosse revitalizada, porém, antecederam à minha indicação outros pedidos semelhantes, assim como em outros pleitos alguns vereadores também fizeram esta solicitação. Enfim, muitos de nós reconhecemos a necessidade, mas o Executivo, aquele que pode tomar a atitude de fazer, não percebeu a importância das praças, espaços destinados a convivência, à interatividade, à observância do tempo passar.

As praças, espaços físicos que, se bem cuidados, acrescentam beleza às cidades. As praças, onde muitos romances foram vividos, onde muitos amantes se declararam. As praças, espaços hoje disputados e solicitados por viventes do mundo todo, onde o verde deve reinar, onde os homens devem estar e buscar qualidade de vida e vida interativa; praças que proporcionam encontros com o outro e com a natureza, onde as brincadeiras devem fluir, lugar público onde podemos fazer Política (com pê maiúsculo), onde as artes podem ser manifestadas, onde os idosos se assentam e contemplam a vida. As praças, os pulmões dos grandes centros.

Em linhas gerais, as praças são espaços lúdicos, culturais e políticos. O que fazer, então, para que nos representantes percebam a necessidade de defendê-las?

Nesta gestão, é a Praça Professor Otto, amanhã poderá ser a Praça Francelino, ou já que temos tão poucas para nosso deleite... O que sucedeu foi uma emenda à Lei Orgânica? Foi uma emenda, um decreto, uma resolução, o que foi que se deu com tanta urgência? O que foi que permitiu ao Legislativo votar sem discutir com a comunidade? E a comissão deu que parecer? Ninguém pediu vista? Como foi, por que foi assim?

O que houve para que, às pressas e sem fazer nenhum enunciado, fosse aprovada a entrega da praça?

Não estamos questionando para quem, a questão é que temos outros espaços mais adequados à instalação da Delegacia de Polícia. A nossa Polícia, claro que precisa de um lugar adequado para trabalhar, precisa e merece, mas a polícia não é toda população, não é prioridade estar instalada no centro. Podemos ainda considerar que educação não dialoga bem com prisão. Ali temos uma frequência permanente de crianças de educação infantil e jovens adolescentes, nem sempre prontos para vivenciar cenas de prisões e arrancadas de viaturas em diligencias.

É tempo de evidenciar o lúdico, o belo, o verde! É tempo de preservar o que nos resta de memória histórica e representativa, e não de destruí-la!

É tempo de sermos cidade, de sermos por nós mesmos, de sermos NANUQUE!!!

Por Gleusa Ramos

Comentários

  1. Eu que vivenciei os tempos passados concordo plenamente com as colocações de Gleusa. Educação não combina com prisão.

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  2. Parabéns Gleusa! Preservar a história e defender os poucos espaço de convivência, sem dúvida é de extrema importância, no entanto, a questão principal é: "... Acreditamos e torcemos para que o atual gestor, expert em representar seus mandantes, defendendo teses, através de debates para o convencimento do judiciario em favor dos representados, expõe proposta e consegue total apoio para aprova-la em sessão. plenário de um parlamento que se quer ouvir o seu mandante, o povo de Nanuque. Será mesmo, querida Gleusa? Que Nanuque não tem outras necessidades de natureza urgente? Ou será que o mandatário, na iniciativa privada, adotava o debate e defesa de teses para convencer o mediador a favor do seu cliente, em razão do notório saber jurídico e ausência de relação hierarquica da justiça ? Talvez, quem sabe, essa casa de leis, agora, está pautando suas decisões em meros argumentos parciais do executivo, por falta de prioridades e anseios dos munícipes, sendo, portanto, fácil aprovar aquilo que aparece, do que buscar na comunidade o que lhe é necessário e apresentar ao parlamento para aprovação? Muitas perguntas e um sentimento, o povo precisa a ser consultado, antes de seu representante abrir de um bem público... ". # todos por nossa Nanuque

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  3. Enfim, alguém lúcido nesta cidade, além de várias áreas espalhadas pela cidade tem toda uma história de várias gerações que estudavam nas imediações daquela praça, infelizmente esquecido pelo poder público há anos. Parabéns Gleusa.

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